Cidades

'Nenhuma O.S trabalha de forma correta', acusa ex- secretário de Saúde do Rio

Declaração do ex- secretário de sáude ocorreu durante depoimento no Tribunal Misto. Foto: Karina Cruz

O ex-secretário de Saúde do Rio e delator do impeachment do ex-governador afastado Wilson Witzel, Edmar Santos, prestou depoimento no Tribunal Especial Misto, no Tribunal de Justiça (TJ), no início da tarde desta quarta-feira (7).

Por sigilo proferido através de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ex-chefe da pasta não pôde ser fotorafado nem filmado, e falou cercado por uma estrutura de madeira. Ao entrar, Edmar foi cercado por funcionários do Tribunal que o cobriram com um pano.

Em sua fala, ele foi inquirido pelo ex-governador Wilson Witzel que fez perguntas relacionadas aos contratos das Organizações Sociais, Iabas e Unir, empresas que estariam envolvidas no esquema dos pagamentos de propina da pasta.

Edmar disse que nenhuma empresa que presta serviços na área de Saúde do estado do Rio trabalha de maneira correta.

"Posso garantir que nenhuma O.S, hoje, trabalha de forma lícita dentro do governo, nenhuma", enfatizou o delator do processo. 

Sobre os pagamentos aos quais supostamente teria recebido e que constavam nos autos, Edmar foi categórico ao afirmar que "nunca recebeu percentual de divisão de propinas" e que as decisões para as reuniões partiam do presidente do PSC, Pastor Everaldo.

Santos deu detalhes de encontros com o ex-subsecretário executivo da pasta, Gabriel Neves, que era quem determinava os contratos. Segundo depoimento, Neves fez todos os contratos com as empresas de maneira errada, o que acarretou um processo de abertura de sindicância a pedido do próprio Edmar.

Ele ainda disse que pensou na exoneração de Gabriel Neves, mas foi demovido da ideia pelo próprio governador afastado, Wilson Witzel, que apenas o afastou. 

"Abrimos processo de sindicância assim que as denúncias se tornaram públicas pela Alerj. Conversamos e eu decidi pela exoneração do Gabriel Neves, que não fez os contratos da maneira certa, mas o governador pediu para que ele fosse afastado do cargo", disse Edmar.

Wilson Witzel fez diversas perguntas ao ex- secretário sobre a porcentagem dos recebimentos dos envolvidos no esquema a Edmar, mas era seguidamente interpelado pelo presidente da Corte, Henrique Figueira, para que se ativesse às perguntas sobre as OSs.

O governador afastado também é esperado para falar na tarde desta quarta, após fala de Edmar Santos.

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